HISTÓRIA DO CULTO A NOSSA SENHORA MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA

        O quadro de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência, venerado na Igreja de São Carlos ai Catinari, em Roma, é uma tela de Scipione Pulzone (1550-1598), pintor renascentista da escola de Rafael. Essa pintura, medindo 54 x 42 cm, foi colocada no altar do Oratório situado no primeiro andar da casa, onde os religiosos se reúnem habitualmente para orar.

        A obra de Scipione foi doada aos Barnabitas (em reparação à quebra de um fresco) pelo arquiteto responsável pela colocação de uma imagem de Nossa Senhora pintada numa parede que fora demolida. Sendo transportada para o local a ela destinado caiu, ficando em pedaços.

        Foi o barnabita, Padre Pietro Maffetti, pároco da São Carlos, que em 1732 teve a idéia de colocar o quadro de nossa Senhora para a veneração dos fiéis. Para tal empreendimento, foi encarregado o Irmão Barnabita, Pietro Valentini, a fazer uma reprodução do original.

        No dia 12 de julho de 1732, o quadro foi colocado num pequeno corredor que servia de passagem aos religiosos que do convento se dirigiam à igreja. Sob o quadro, Pe. Maffetti mandou escrever: "Mater Divinae Providentiae", Mãe da Divina Providência.

        O porquê da escolha desse título é explicado no livreto publicado pela Congregação das Irmãs Angélicas de São Paulo, no qual diz:

        “No ano de 1633, morreu, com fama de santidade, no Mosteiro de São Paulo, em Milão (Itália), a Angélica Joana Visconti Borromeu, prima de São Carlos Borromeu, que foi Priora do Mosteiro, tinha grande amor à Mãe de Deus e plena confiança em sua proteção.

        Na mesma época, a Angélica Luisa Mariana Gonzaga escreveu a vida da Madre e nela, conta que as Angélicas realizavam: - "uma solene procissão para homenagear e glorificar a doce soberana, Mãe da Divina Providência sem a qual não se pode obter socorro ou graças celestiais, tudo passando por suas mãos..." (Vida Venerável Madre Angélica Joana Visconti Borromeu, 1635). 


    Essa procissão era feita no 6º Domingo de Pentecostes, cuja oração era: - Ó Deus cuja a Providência... (ver 9º Domingo do tempo comum).

        Havia uma imagem que representava Maria com o Menino Jesus, e era venerada como Mater Divinae Providentiae. Encontrava-se no corredor do claustro, entre a cela da Priora e a dispensa. Não ficava distante do confessionário e do coro, onde as Monjas ouviam as pregações. A Ela eram atribuídas muitas graças alcançadas.

        Historicamente, desde 1613, os barnabitas tinham decidido colocar na torre dos sinos da igreja de São Paulo, em Bolonha, uma estátua da virgem, com o título de "Virgem Bem-Aventurada da Divina Providência".

        Em pouco tempo, o corredor ficou pequeno devido ao grande número de fiéis que acorriam para venerar a Bem-Aventurada Virgem. O Superior Geral dos Barnabitas, Pe. Mário Maccabei, mandou transformar o local em uma capela, inaugurada em 28 de junho de 1742.

        O grupo de fiéis foi aumentando e se transformou em Confraria, aprovada pelo papa Bento XIV, em 25 de setembro de 1744. Papa Gregório XVI a elevou a Arquiconfraria, no dia 16 de julho de 1839.

        Muitos papas, reis e príncipes se inscreveram na Arquiconfraria. Mas quem se distinguiu por zelo e devoção foi o papa Pio IX, que freqüentava a Igreja de São Carlos. Em 1888, por um decreto do Capítulo do Vaticano, a imagem foi coroada.

        A atual Capela de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência, na Igreja de São Carlos ai Catinari, é de 1848. Uma peculiaridade encontrada na imagem da Mãe da Divina Providência é a interpretação de que o menino que a Virgem traz em seus braços não é o Menino Jesus, mas sim, toda a humanidade. ( Repare que o menino não é representado com auréola na cabeça, como a virgem! ). É Maria que intercede à Divina Providência pelas nossas necessidades e nos leva em seus braços.

        Desde 5 de agosto de 1896, por disposição do Padre Geral Benedetto Nisser, todos os religiosos Barnabitas devem ter no próprio quarto o quadro da Mãe da Divina Providência. Esta é a Nossa Senhora dos Barnabitas, embora outros Institutos religiosos a tenham adotado como patrona.


ORAÇÃO A NOSSA SENHORA MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA

Ó Maria. Mãe da Divina Providência, entrego-me inteiramente á vós. Oriental a minha vida e obtende-me a graça de cumprir fielmente a divina vontade.

Alcançai-me o perdão dos meus pecados, e sede minha proteção e guia, todos os dias de minha vida. Amparai-me nas horas de luta e sofrimento.

Ajudai-me, ó Maria, a conseguir a renovação interior do meu coração, para que nele eu possa acolher vosso divino filho, Jesus.

Livrai-nos de todo mal e de tudo que possa ser obstáculo à eficácia de vossa proteção.

Ó doce Mãe da Providência, lançai um olhar materno sobre mim; e, se ofendi o Coração Sagrado de Jesus, cobri-me com o manto de vossa proteção e serei salvo.

Vós sois a minha esperança neste mundo, guiai com segurança os meus passos até a vida eterna.

Amém.